Se alguma vez…, de Meg Rosoff | Resenha

David Case tem 15 anos e nada de interessante acontece em sua vida, até o dia em que seu irmão caçula de um ano quase morre. Se David não tivesse agido rápido o suficiente, seu irmão teria se jogado da janela, acreditando que poderia voar como um pássaro. Foi naquele momento em que David teve a certeza: o destino estava tentando lhe pegar, ele estava condenado. 

David então resolve que não ficará à mercê do destino. Ele muda seu nome para Justin, começa a se vestir de maneira estranha e tem um cachorro imaginário. Para completar ele conhece Agnes, uma garota de gostos para roupas bem duvidosos, que não parece se importar com a opinião dos outros e é quatro anos mais velha. Mas será que mesmo com todas essas mudanças ele conseguirá driblar o destino? 

Título: Se alguma vez…
Autora: Meg Rosoff
Editora: Galera Record
Páginas: 256
Ano: 2014


Veja bem, eu comprei esse livro por dois motivos: 1) estava custando R$10 e 2) achei a capa interessante. Sim, eu às vezes compro livros pela capa, especialmente quando estão baratos. Mas depois da experiência dessa leitura eu decidi que não farei mais isso. Tipo, nunca mais!
O livro é narrado em terceira pessoa, mas de uma forma bem pessoal, o que significa que conhecemos bastante dos personagens principais, o que eles sentem e pensam. Mas eu não consegui me conectar com nenhum dos personagens. Eles simplesmente não tem qualquer tipo de carisma. Nem com Justin, Agnes e com os personagens secundários que surgem depois.

Eu comecei a desconfiar seriamente que o David/Justin sofre com algum
transtorno, distúrbio… não sei. Mas psicologicamente ele não é normal,
sério. Por
conta do fato de seu irmão quase ter morrido, ele começa a se sentir
perseguido pelo destino a ponto de querer mudar completamente quem é.
Não basta só isso. De repente ele começa a morar em outros lugares,
primeiro em um aeroporto, depois passa a ficar na casa de amigos… O
pior de tudo? Seus pais não parecem nem estar aí! E – vamos relembrar –
ele tem apenas 15 anos.

Ele se sente condenado de verdade, o que o deixa deprimido e com uma mania de que está sendo perseguido em todo o tempo. No começo isso é bem curioso, para com o passar da leitura acaba se tornando muito cansativo e eu apenas sentia vontade de entrar no livro e sacudir o garoto.

Agnes era uma personagem que eu estava muito animada para conhecer. Ela é aquele clichê de garota diferentona,
que se veste esquisito, tem uma profissão descolada, mora sozinha e
adora dar suas opiniões – queira a pessoa ouvir ou não. Porém, o livro
não se aprofunda de fato nos personagens e isso acabou criando um
distanciamento.

Além disso, ela também passa a tomar uma atitudes muito
sem noção – e o romance que surge entre eles foi tão sem química e
forçado que eu só queria me esconder enquanto lia, porque era
simplesmente horrível.

Dois segundos. Só dois segundos eram tudo o que havia entre a vida cotidiana normal e a catástrofe total e absoluta.

No começo, a história estava bem interessante e eu fiquei muito animada. Ela tem aquele toque meio poético e estranho, parecendo filmes cult-indie que a gente nunca consegue entender direito, sabe? rs. Mas depois esse toque poético e diferenciado se tornou uma série de aberrações e coisas sem sentido. Além dos personagens não serem carismáticos, os acontecimentos do livro não têm qualquer sentido.

Nos primeiros capítulos, eu estava animada e ansiosa para ver quais seriam
as peças que o destino iria pregar no protagonista, mas depois de apenas
um acontecimento bombástico (trocadilho não foi intencional) a história
fica monótona e eu fui levada para a bolha de reclamações, medos e
paranoias do David/Justin. Eu não conseguia entender de onde o
personagem tirava tanta paranoia, sério. O pior era que ele afastava
todas as pessoas de perto dele e vivia se sentindo totalmente
miserável. 

– Deve ser horrível ser você.
– Muito obrigado. – Justin parecia deprimido.
– Esqueça. Não há muito o que você possa fazer a respeito, de qualquer modo.

O que me permitiu concluir a leitura (além do meu desespero de não querer abandonar mais livros) é o fato de que ele tem muitos diálogos, que facilita o ritmo, e também os capítulos serem bem curtos. Então mesmo eu achando 100% estranho TUDO o que acontecia, cada fala dos personagens e os seus pensamentos, eu consegui ler rapidamente.
No fim das contas, essa foi uma leitura bem, bem ruim e bem diferente do que eu costumo ler. Eu não consegui entender qual é a mensagem do livro e o que essa autora quis passar com ele, tudo ficou muito sem sentido e nada conseguia me cativar. Espero que minha próxima leitura seja melhor…

Nota: 1/5 

Notas: 1 – Ruim, péssimo;  2 – Médio, regular; 3 – Bom, legal;  4 – Muito bom;  5 – Ótimo, incrível; ♥ – É um dos meus preferidos

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2 Comments

  1. Espiral de Livros

    Oi Aléxia. Tudo bem? Nunca tinha visto esse livro e nem conhecia a autora e te digo que nos dois primeiros parágrafos da resenha pensei: "ih, deve ter sido uma roubada ler esse livro"… até imaginei que poderia mudar e ter uma reviravolta no livro, mas pelo que escreveu acho que mereceu a nota 1 mesmo. Parece que o protagonista começa a viver meio como os personagens de "Premonição", não é?
    Fico extremamente irritada quando o autor foca tanto no enredo que esquece de "detalhes" importantes que questionam a possibilidade da história se tornar factível, como no caso dos pais não se importarem onde o menino está morando. Acho um erro fatal na história.
    Beijos
    http://espiraldelivros.blogspot.com/

  2. Teca Machado

    Oi, Aléxia!
    Que pena que foi um livro nota 1!
    Achei a premissa bacana, mas já desencantei com o que você falou.
    Eu compro muitos livros pela capa. Às vezes acerto, às vezes erro. Pena que nesse caso foi erro.
    E a capa é bem bonita mesmo!

    Beijooos

    http://www.casosacasoselivros

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