Resenha: Fangirl, de Rainbow Rowell

Fangirl foi aquele livro que me encontrou despretensiosamente no momento mais propício. Após todo o hype e o livro ter caído um pouco no esquecimento, acabei adquirindo-o em uma promoção e a leitura foi uma grata surpresa.

Sabe quando tudo que você quer é uma leitura fofa, fluída e que vai te deixar com o coração quentinho? Assim foi o que aconteceu quando eu abri e comecei a ler as primeiras páginas de Fangirl.

Sinopse de Fangirl

Cath e sua irmã gêmea, Wren, acabam de entrar para a mesma universidade, mas, para a surpresa de Cath, Wren não quer mais dividir o quarto com a irmã. Acontece que Wren quer viver uma experiência universitária: ter uma colega de quarto e viver uma vida desapegada da irmã; enquanto Cath não faz ideia do que isso significa, nem porque Wren tem esse desejo de se afastar justamente agora.

O único conforto que Cath tem é poder escrever suas fanfics sobre Simon Snow, um personagem fictício de uma série de livros sobre magia que tem fãs espalhados pelo mundo todo. Fora isso, toda a sua vida começa a impulsioná-la para fora da sua zona de conforto e ela não faz a menor ideia de como pode escapar dessa realidade assustadora.

Resenha Fangirl

Fangirl foi o meu primeiro contato com a escrita de Rainbow Rowell e eu achei um pouco difícil no começo. Nos primeiros capítulos era muito difícil conseguir entender o que estava acontecendo e era como se pequenos pedaços da narrativa estivessem faltando… Ou seja, era bastante confuso conseguir conectar os diálogos ou as informações de ambientação das cenas.

Além disso, demorei muito para conseguir me apegar aos personagens. Eu confesso: quase abandonei o livro! Mas, pela insistência de uma amiga, eu acabei prosseguindo um pouco mais e foi quando tudo mudou.

– Então você não leu os livros?
– Não sou muito de ler.
– Acho que essa foi a coisa mais idiota que você já me disse.

Fangirl, de Rainbow Rowell

O livro vai apresentando aos poucos para o que veio e traz consigo um romance muito fofo, construído com cuidado e totalmente envolvente. Eu sabia que tinha romance na história e acho que por isso comecei a leitura tão impaciente: o casal – que estava óbvio que ia ser um casal mais cedo ou mais tarde – não surgia como casal, apenas como amigos. E isso me deixava irritada.

Para quem ama clichês como ‘strangers to friends to lovers’ (desconhecidos que se tornam amigos e se apaixonam) e livros que se passam em ambiente universitário, com certeza essa leitura vai agradar muito

Conforme a leitura foi avançando, eu percebi que a autora arquitetou tudo de uma forma perfeita. De modo que a gente conhecesse bem a Cath e o Levi, antes de realmente apresentá-los como casal ao leitor. Além disso, abriu espaço para apresentar aos poucos os outros personagens também, embora eu tenha achado todos muito chatos na maior parte da leitura (com exceção de Levi, que é perfeito).

Além disso, o livro aborda, de uma forma bastante sutil, problemas muito sérios, principalmente envolvendo saúde mental. Mas também temos um personagem com dificuldades de leitura, uma personagem com problemas de abuso de bebida alcoólica e por aí vai…

Logo a história foi ficando mais dinâmica, com mais coisas acontecendo na vida de Cath e novas informações surgindo, e eu mal fui percebendo como a escrita da autora era confusa (embora em alguns momentos eu tenha precisado reler um parágrafo ou outro).

– Como assim, não gosta de internet? É igual dizer “não gosto de coisas convenientes. E fáceis. Não gosto de ter acesso a todas as descobertas registradas pela humanidade na ponta dos dedos. Não gosto da luz. Não gosto do saber“.

Fangirl, de Rainbow Rowell

Ao longo da história até o final, muitos dramas surgem e as histórias secundárias que permeiam a vida de Cath ganham uma proporção muito maior do que eu imaginava. O resultado foi que fiquei cada vez mais envolvida no enredo e isso que me fez ler mais de 150 páginas virando a madrugada acordada – algo que eu não fazia há muitos anos.

Eu me vi muito envolvida com os personagens e os dramas de cada um, sentindo bastante empatia deles. Em Fangirl, a Rainbow Rowell conseguiu realmente escrever personagens muito humanos, cheios de qualidades, defeitos e enfrentando dificuldades particulares. Após ler outros livros da autora, descobri que essa é uma característica comum em suas histórias.

A Rainbow Rowell tem uma capacidade maravilhosa de escrever cenas muito sensíveis e lindíssimas, que te emociona com facilidade – seja para te fazer chorar, sofrer, sorrir ou se apaixonar.

O final de Fangirl fecha algumas pontas, mas deixa uma ou duas em aberto e isso foi ótimo, porque seria irreal tratar de tantos temas difíceis e trazer uma solução perfeita para tudo.

Compre esse e outros livros da Rainbow: